31
- janeiro
2018
Adaptação na Educação Infantil

 

 

A adaptação escolar não acontece apenas quando uma criança vai para o Berçário ou Educação Infantil  pela primeira vez, mas sempre que se depara com uma nova etapa de ensino ou um novo ambiente, como uma mudança de escola ou de turma. 

Se o novo gera insegurança e ansiedade em qualquer idade, na Educação Infantil esse processo é ainda mais intenso. Saindo de suas zonas de conforto, os pequenos se veem em um ambiente coletivo com regras diferentes das de casa, são estimulados a participar de atividades incomuns ao seu dia a dia e passam a conviver com adultos e crianças inicialmente estranhos. 

A adaptação é esse momento de transição em que a criança vai se habituando à nova rotina longe dos familiares que tem como referência. Dia após dia, ela vai criando um vínculo com os professores, coleguinhas e atividades, sentindo-se cada vez mais segura.

Não existe um tempo determinado para essa transição. Em geral, o período inicial da adaptação dura entre uma ou duas semanas, mas depende da criança, da família e de suas experiências anteriores relacionadas às separações que se enfrenta na vida.

Algumas posturas podem facilitar a chegada dos pequenos a esse novo universo. Confira respostas às principais dúvidas sobre adaptação na Educação Infantil: 

 Participação da família

Como orientar os pais a preparar as crianças para a Educação Infantil?
Para os pequenos de até dois anos, sua rotina deve ser preservada ao máximo. O diálogo entre família e educadores é importante para entender os hábitos da criança e minimizar mudanças na transição casa-instituição escolar.

Por volta dos dois anos e meio já é possível explicar esse novo momento e tirar dúvidas dos pequenos para que se sintam mais confortáveis. É essencial envolver a criança nos preparativos para ir à escola, como arrumar a mochila e a lancheira. Isso faz com que ela perceba que está sendo cuidada e que se sinta participante.

Como deve ser a despedida dos familiares? 
Este momento costuma ser regado a choro e negação da separação. Para evitá-lo, alguns pais aproveitam a distração dos filhos para ir embora despercebidos. Cuidado com esse tipo de atitude: no momento em que a criança percebe que está sozinha  o choro vem acompanhado de um sentimento de abandono e desespero.

A despedida é fundamental para a adaptação. Por mais difícil e doloroso que seja para ambos, construir uma relação com os filhos pautada na confiança e na honestidade é sempre melhor. A clareza da despedida é saudável e necessária.

Que tipo de orientação o professor pode dar para tranquilizar os familiares?
Ansiedade e insegurança são comuns na adaptação, um período intenso e repleto de novidades. Essa sensação deve diminuir na medida em que a família estabeleça uma relação de confiança com a escola.

Se os familiares encararem a entrada na escola como algo positivo, que gera autonomia, crescimento, amadurecimento e ajuda na socialização, será ótimo para todos. Se for vivenciada como culpa pelo abandono, será difícil para todos.

Por isso é importante que o educador demonstre segurança, confiança de que tudo vai dar certo.

Os pais devem estar presentes no período de adaptação? 
Os pais são essenciais nesse processo. A integração entre família e escola deve acontecer desde o começo. Na escola, é importante que algum familiar acompanhe o pequeno por alguns minutos ou hora, dependendo da disponibilidade da família e dinâmica da escola, para não deixá-lo sem referência e prolongar uma adaptação mais sofrida.

Choro, objetos de apego e atividades

O que fazer quando a criança chora pela ausência dos pais?
Não se pode banalizar o choro. É como se a criança estivesse dizendo: que lugar é esse? Quem são vocês e o que eu estou fazendo aqui? Tentar mostrar o que está acontecendo e o que vai acontecer ajuda. O ideal é que o professor conforte os pequenos e converse sobre o reencontro com os pais, além de oferecer atividades atrativas que possam prender sua atenção.

No berçário, como a adaptação acontece na presença dos pais, o bebê entende que sua referência afetiva conhece aquele lugar e vai criando sua ambientação. Num segundo momento, quando os familiares deixam de estar presentes, é importante que a criança se sinta acolhida. Os objetos de apego podem ajudar a confortá-las por remeterem ao ambiente familiar.

Criança que não chora já está adaptada?
O choro é uma forma de comunicação, mas algumas crianças se sentem retraídas e não choram. Não é porque a criança não está dando trabalho que ela não precisa de atenção. É preciso olhar para essas crianças, acessá-las e inseri-las nas atividades em que a turma está envolvida respeitando sua vontade, mas sem ignorá-las.

O que fazer quando a criança tem objetos de apego?
Objetos de apego, como paninhos, chupetas e brinquedos, dão segurança emocional aos pequenos, pois remetem ao conforto do ambiente familiar. Por isso, não é indicado que o professor “desafie” as crianças a descartá-los durante o período de adaptação. Mais tarde, esse significado vai se perdendo e o educador pode delimitar momentos em que tais objetos sejam deixados de lado para não atrapalhar movimentos e até a fala, por exemplo, durante as refeições ou brincadeiras.

Parceria família e escola é fundamental nesse processo!

Fonte:  Revista Nova Escola


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